A arquitetura é uma arte em constante evolução, e poucos movimentos tiveram um impacto tão profundo e duradouro quanto o Modernismo.
Para arquitetos e designers de interiores, compreender os princípios das obras modernistas não é apenas uma questão de conhecimento histórico, mas uma ferramenta poderosa para criar projetos atemporais, funcionais e esteticamente relevantes para os clientes contemporâneos.
Este guia explora a essência do movimento e oferece dicas práticas para incorporar seu toque em seus próximos projetos.
O que é, afinal, arquitetura moderna?
A arquitetura moderna, ou Modernismo, é um movimento que surgiu no início do século XX, em resposta às transformações sociais, econômicas e tecnológicas da Revolução Industrial.
Longe dos ornamentos e do historicismo dos estilos anteriores, como o Neoclássico ou o Art Nouveau, o Modernismo buscava uma nova linguagem que refletisse a era da máquina e a necessidade de habitações e edifícios mais eficientes e acessíveis.
O movimento foi impulsionado por figuras icônicas como Le Corbusier, Ludwig Mies van der Rohe, Walter Gropius e Frank Lloyd Wright. Sua filosofia central pode ser resumida no famoso aforismo de Louis Sullivan: “A forma segue a função”.
A arquitetura moderna rejeita a decoração supérflua e valoriza a honestidade estrutural e material. O objetivo era criar espaços que servissem de forma otimizada às necessidades humanas, utilizando as novas possibilidades construtivas oferecidas pelo aço, vidro e concreto armado.
Quais são as principais características da arquitetura moderna?
As obras modernistas são facilmente reconhecíveis por um conjunto de características que definiram o novo paradigma estético e funcional.
Simplicidade e funcionalidade
A máxima do Modernismo é a eliminação do excesso. A beleza reside na clareza da forma e na utilidade do espaço. Cada elemento deve ter um propósito. A funcionalidade dita a forma, resultando em designs limpos e despojados.
Foco em linhas retas
A geometria simples e as linhas ortogonais dominam a estética moderna. A preferência por ângulos retos e superfícies planas confere aos edifícios uma aparência de ordem, racionalidade e leveza.
Integração de ambientes
O Modernismo foi pioneiro no conceito de planta livre, que naturalmente levou à integração de ambientes. Paredes internas deixam de ser elementos estruturais e tornam-se divisórias flexíveis, promovendo a fluidez e a comunicação entre os espaços, como sala de estar, jantar e cozinha.
Apostar no uso do aço, vidro e concreto
Os materiais da nova era industrial são os protagonistas. O concreto armado permitiu a criação de estruturas esbeltas e a liberação das fachadas. O aço possibilitou grandes vãos e estruturas leves. O vidro, em grandes painéis, trouxe a luz natural para dentro e integrou o interior com o exterior.
Ambientes iluminados
A luz natural é um elemento fundamental de design. Grandes aberturas e janelas maximizam a entrada de luz, reduzindo a necessidade de iluminação artificial e reforçando a conexão visual com o entorno.
5 pontos usados em obras modernistas
O arquiteto suíço-francês Le Corbusier sistematizou os princípios da nova arquitetura em 1926, com seus famosos “Cinco pontos da nova arquitetura”.
Estes são pilares conceituais que definem muitas das mais emblemáticas obras modernistas e que continuam a inspirar projetos contemporâneos.
1. Pilotis
A estrutura de sustentação do edifício é transferida para colunas delgadas (pilotis), elevando o corpo principal da construção do solo. Isso libera o térreo para circulação, jardins ou estacionamento e confere leveza visual ao volume.
2. Planta livre
Graças ao uso do concreto armado e dos pilotis, as paredes internas não precisam mais ser estruturais. Isso permite que o arquiteto distribua o espaço interno de forma totalmente flexível, adaptando-o às necessidades do usuário.
3. Fachada livre
Com a estrutura interna sustentada pelos pilotis, a fachada perde a função portante. Ela pode ser projetada livremente, com grandes aberturas ou painéis, sem restrições estruturais.
4. Janelas em fita
A fachada livre permite a criação de longas janelas horizontais, ou “janelas em fita”. Estas maximizam a entrada de luz e oferecem uma vista panorâmica ininterrupta do exterior, reforçando a horizontalidade do projeto.
5. Terraço-jardim
O espaço do telhado, que antes era desperdiçado, é transformado em um jardim ou área de lazer. Além de ser um espaço útil, o terraço-jardim ajuda no isolamento térmico da construção.
4 Dicas para fazer obras modernistas no seu projeto
Incorporar a essência das obras modernistas em projetos atuais não significa apenas replicar edifícios históricos, mas aplicar seus princípios de funcionalidade, simplicidade e honestidade material com um toque contemporâneo.
Use cores neutras
A paleta de cores modernista é predominantemente neutra. Branco, cinza, preto e tons terrosos são a base. O branco, em particular, era a cor preferida para destacar a pureza das formas e a incidência da luz.
Use cores neutras nas grandes superfícies (paredes, pisos) e reserve toques de cor mais vibrantes para a mobília ou obras de arte, seguindo o princípio de que a cor deve complementar, e não dominar, a arquitetura.
Invista em espelhos
Espelhos são uma ferramenta poderosa para ampliar a sensação de espaço e maximizar a luz natural, dois pilares do Modernismo.
Em projetos com planta livre, um espelho bem posicionado pode reforçar a fluidez e a integração dos ambientes, refletindo a luz e a paisagem externa para dentro do espaço.
Aposte em jardins verticais
Embora o Modernismo clássico valorizasse o terraço-jardim, a versão contemporânea pode se beneficiar de jardins verticais.
Eles trazem a natureza para dentro ou para a fachada de forma verticalizada, otimizando o espaço e adicionando um toque de vida e cor sem comprometer a limpeza das linhas arquitetônicas. É uma forma de modernizar o conceito de integração com a natureza.
Decore com quadros
A decoração modernista é minimalista, mas não vazia. Obras de arte, especialmente quadros com temas abstratos ou geométricos, são essenciais para adicionar personalidade e cor.
Escolha peças que dialoguem com a simplicidade das formas e a paleta de cores do ambiente, transformando a parede em uma galeria que complementa a arquitetura.
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